Rio 2054 - Os Filhos da Revolução. [Resenha]

       Olá, leitores! Essa é a Semana da Pátria, e na segunda-feira foi comemorado o Dia da Independência do Brasil, e é nesse clima que preparei a resenha de hoje. Venho apresentar para você o livro Rio 2054 - Os Filhos da Revolução do autor carioca Jorge Lourenço, uma mistura de distopia com ficção cientifica que se passa no Rio de Janeiro.

            Uma disputa pelos royalties do petróleo causa uma guerra civil que divide o Rio de Janeiro em duas partes: As Luzes, a parte da cidade onde os ricos vivem confortavelmente, e Os Escombros, a parte do Rio que foi devastada pela guerra e onde os pobres vivem em uma vida miserável isolados (literalmente) do restante do mundo. É nesse cenário que vive Miguel, o nosso protagonista que sobrevive catando restos de tecnologia. Mas após assistir à um duelo de gangues de motoqueiros, ele se vê no meio de uma disputa que pode mudar o Rio de Janeiro. Com isso, Miguel se mete em uma história cheia de mistérios, ação, e confusão.

            Logo de inicio me dei de cara com a Nota do Autor que me marcou de mais. Comecei a ler o livro cheia de espectativas e posso dizer que não me decepcionei. A primeira coisa que gostaria de ressaltar foi o fato do autor ter criado um cenário distópico excelente. Digo porque já li varias distopias, e esse foi o primeiro livro que não me fez ver um futuro tão longe da realidade atual. Jorge Lourenço não fantasiou na hora de criar o cenário. Consigo imaginar uma guerra civil acontecendo no Rio de Janeiro hoje pelos mesmos motivos da guerra do livro, e a cidade se transformando no cenário de Rio 2054 amanha. 

           Já faz um bom tempo que li esse livro, e na época não lia muitos livros nacionais. Hoje valorizo muito mais a literatura contemporânea brasileira, e graças a esse livro. Não estou dizendo que esse foi um livro perfeito, - Pelo contrario, achei que a historia ficou devendo no final que foi bastante vago e me deixou cheia de perguntas. Mas posso dizer que essa foi uma das minhas melhores leituras de livros atuais. O autor usou e abusou da cidade do Rio no cenário, e os personagens são o retrato da população carioca. 

       "Gastamos milhares de dólares para viver num estilo de vida mais estressante e desgastante do que alguém com uma fração dos nossos salários. E tudo isso acontece ao mesmo tempo em que 80% da população mundial se afoga na pobreza, na escassez de alimentos e, agora, na dificuldade até de encontrar agua potável. Acho que, em nenhum momento da história da humanidade, a vida dos ricos foi tão supérflua e imbecil."

                Sempre li mais livros internacionais que nacionais, e achava estranho um livro desse gênero no cenário brasileiro. Após essa leitura comecei a enxergar a literatura nacional de outra maneira. O autor nos trouxe uma distopia completamente realista e que na verdade, não é tão diferente do que já acontece hoje nas favelas e periferias do Rio e do Brasil.